sexta-feira, 26 de agosto de 2011

“Já escondi um amor com medo de perdê-lo, já perdi um amor por escondê-lo. Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir as minhas mãos. Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso. Já passei noites a chorar até adormecer, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos. Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem. Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram. Já passei horas em frente ao espelho a tentar descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer desaparecer. Já menti e arrependi-me depois, já disse a verdade e também me arrependi. Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta no meu canto. Já sorri enquanto chorava lágrimas de tristeza, mas já chorei de tanto rir. Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam. Já tive crises de riso quando não podia. Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse. Já gritei quando me deveria calar, já me calei quando deveria gritar. Muitas vezes deixei de dizer o que penso para agradar uns, outras vezes disse o que não pensava para magoar outros. Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros. Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz. Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava. Já cai inúmeras vezes a achar que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes a achar que não caíria mais. Já chamei pela mamã no meio da noite a fugir de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda. Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim. Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre. Não me digam o que esperam de mim, porque vou seguir o meu coração! Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente! Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma para sempre! Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes. Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos. Um dia até me podem querer empurrar de um penhasco que eu vou dizer: - E então? EU ADORO VOAR!” Clarice Lispector

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Se me quiseres escrever, vivo numa polaroid.´Acredito em regressos* (todas as imagens que não têm o meu nome são encontradas na internet)